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domingo, 6 de março de 2011

O grande crescimento japonês e a afirmação chinesa

Até ao final do segundo grande conflito mundial, Japão, país territorialmente pequeno e dividido( era formado por várias ilhas) e economicamente bastante pobre, devido à pouquíssima quantidade de riquezas naturais, vivia num regime de Monarquia Absoluta, acontecimento que já não se observava no mundo ocidental.
Contudo em 1946, precisamente após um ano do final da guerra e sendo Japão um dos países derrotados, visto que durante o conflito este assinou um pacto de amizade com a Alemanha Nazi, é aprovada uma constituição que teria sido o símbolo da passagem de um regime absoluto para um regime constitucional, onde o imperador perde grande parte dos seus poderes, ficando apenas com a função representativa. É na mesma constituição de 1946 que o governo japonês descreve a sua vontade da desmilitarização do país e do não mantimento de qualquer base militar com fins ofensivos. Todavia, toda esta mudança presenciada no território japonês, foi influenciada pela intervenção activa dos EUA que tinham começado uma forte resistência à ideologia comunista que ameaçava o mundo, e ajudando Japão a reconstruir-se economicamente e politicamente estes reforçavam a sua resistência ao comunismo.
Por outro lado, um factor que também foi fulcral no crescimento do Japão, foi o grande empenhamento do governo japonês, que com a ajuda do Ministério Internacional do Comércio e da Indústria, conseguiu fortificar as suas relações com os grandes grupos económicos, intervindo o Estado activamente na manutenção da economia. Para além disso, descendo o investimento nas despesas militares, chegando estas a ocuparem apenas 1% do PNB, o país conseguiu atribuir grandes investimentos públicos para o sector produtivo, fomentando a sua economia.Contudo, o grande crescimento económico do país deveu-se em grande parte ao esforço e ao espírito de sacrifício do povo nipónico. Deste modo, os trabalhadores mantinham grandes relações com a administração das empresas factor que possibilitava o bom ambiente vivido e o esforço dos trabalhadores que chegavam a viver dentro dos espaços empresariais oferecidos pelas próprias empresas de modo a que estes vivessem apenas para o trabalho e de modo a contribuírem para o forte desenvolvimento nacional. Com a aposta na industrialização do país, o governo japonês resolveu também o problema do desemprego, visto que havia uma grande quantidade de mão-de-obra barata e eram necessários cada vez mais funcionários para o bom funcionamento das empresas.
Os sectores que mais prósperos se tornaram foram principalmente os que se relacionavam com a indústria pesada e com os bens de consumo duradouros( electrodomésticos por exemplo). Também o comércio externo acompanhou esta expansão, chegando a duplicar ao mesmo tempo que as importações de matérias-primas. Entre os anos '66 e '71 o desenvolvimento dos sectores clássicos tal como os novos sectores deram um grande passo em frente, exportando as suas produções para todo o mundo fazendo com que Japão se tornasse uma das grandes potências mundiais, chegando a ultrapassar a Rússia nesse mesmo período.
Mas mesmo ao lado do potente Japão, nasce uma nova China, baseada e apoiada pelo comunismo, tendo como líder Mao-Tse-Tung, grande seguidor da ideologia marxista-leninista. Todavia, o maoísmo fugia parcialmente à ideologia tradicional de Marx, que via no operariado a essência da revolução, engrandecendo mais o papel dos camponeses aos quais atribuía o papel de revolucionários. Portanto, a economia chinesa baseava-se essencialmente na agricultura tradicional, não favorecendo de qualquer inovação tecnológica de modo a oferecer um maior número de empregos aos camponeses que eram organizados em comunas populares concebendo o modelo de vida comunitário.
Por um lado, Mao ataca Kruchtchev considerando que ao ter aceite a coexistência pacífica este fugiu aos ideais socialistas, considerando a China como o único país verdadeiramente socialista e seduzindo numerosos jovens, até os do Ocidente, afastando-se deste modo e rompendo as relações com a URSS. Mas temos por outro lado um Kruchtchev que ataca Mao afirmando que este baseou-se apenas nos camponeses ignorando o proletariado conseguindo desta forma a vitória deformando a própria ideologia marxista. Portanto, os dois líderes atacavam-se afirmando, tanto um como outro, que o líder vizinho fugia à verdadeira ideologia socialista.
Mas a grande aposta numa agricultura tradicional de Mao levou ao fracasso todo o país nos anos '60, chegando este até a ser afastado da presidência da República. Mas não desistindo e mantendo-se como líder do partido comunista, Mao lança uma nova campanha de massificação através da "Revolução Cultural" reforçada no livro de Mao conhecido como o "livro vermelho" publicado em 1964. O líder comunista revolta-se contra as estruturas não correspondentes à base económica socialista, desencadeando um conjunto de revoltas violentes que quase levaram à uma guerra civil, tendo-se chegado a recorrer ao exército para a restauração da ordem.
Contudo, após esta onda de revoluções, Mao consegue recuperar o seu poder e em 1971 até consegue com que a China entre na ONU, facto que prestigiou bastante o país em si e a sua política externa.
Sintetizando, após a grande guerra mundial que mudou o rumo do mundo para sempre, todos os povos assistiram ao grande crescimento do mundo oriental, tendo alguns povos chegando a ser potências mundiais, como foi o caso do Japão. Por outro lado, a China mesmo tendo adoptado uma política socialista, não conseguiu melhorar a situação económica do país, pois apenas se apostou numa agricultura tradicional  e tendo sido ignorado por completo o operariado, agente que normalmente se relaciona com o desenvolvimento industrial de um país.

2 comentários:

  1. não sabia onde comentar e decidi aqui. não tem nenhum texto sobre a irradiação do fascimo na europa e em outros continentes e as reacções totalitárias a isto? agradeço resposta. obrigada :):)

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