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sábado, 26 de fevereiro de 2011

O mundo comunista

Tal como já tinha referido na publicação anterior, nesta edição vou abordar a questão da expansão comunista, que se deu após o grande conflito mundial e que chegou a abranger todo um conjunto de países.
Após o 1945, a URSS tornou-se numa máquina imparável que pretendia expandir a sua ideologia pelo mundo inteiro de forma a conseguir dominar todos os territórios com base no comunismo tendo em conta uma economia planificada e um forte desenvolvimento industrial. Visto que após a guerra, a URSS dominava todos os territórios da Europa Oriental até à Alemanha(mais tarde República Democrática Alemã), pois tinha-os libertado do domínio nazi, esta começa a implantar a sua ideologia socialista em todos estes países que rapidamente a adoptaram. Deste modo, até 1948 o bloco soviético tinha na sua posse definitivamente todo o território oriental do continente europeu. Os países que então adoptaram esta política comunista, auto-definiram-se como sendo democracias populares, ou seja, onde todo o poder e gestão do Estado provém das classes trabalhadoras, típica característica do regime socialista que Marx tinha descrito no século anterior e que já no século XX Lenine tentou pôr em prática através da Revolução Russa de 1917, onde o regime socialista teve êxito. Tal como os EUA, a URSS procedeu à criação de um pacto com o objectivo de facilmente conseguir a cooperação entre todos os países aderentes aos bloco socialista, ficando este conhecido como o Pacto de Varsóvia( 1955).
Seguidamente, a URSS esfomeada( como Churchill a tinha descrito num dos seus discursos) infiltrou-se no território asiático de modo a obter um maior número de aderentes à sua ideologia, que seria reforçada com base no maior número de apoiantes. Foi assim que este gigante soviético se instalou na Coreia do Norte, visto que a do Sul era dominada pelos EUA. Quando o bloco soviético tentou invadir a Coreia do Sul criou um violenta guerra entre as duas partes do país que ainda nos nossos dias afrontam-se constantemente.
Já nos restantes casos no território asiático, o regime socialista teve facilidades em implantar-se devido a uma vaga onda de revoluções nacionais que claramente foram apoiadas pelo agente principal do regime( URSS).
Este movimento alastrou-se para o território africano, onde a intervenção soviética conseguiu a instauração do seu regime nalguns países. Mas o movimento que pode ser considerado como o mais perigoso período da Guerra Fria, foi a intervenção do bloco socialista num dos territórios estrategicamente perigosos para os EUA, que foi a Cuba. Após uma revolução contra o regime ditatorial de Fulgêncio Batista, liderada por Fidel Castro e Che Guevara, e simultaneamente da recusa do apoio americano, o bloco socialista facilmente se instala no território cubano com o objectivo de dar apoio bélico aos revolucionários cubanos, sem o conhecimento dos EUA. Foi no momento do descobrimento das bases militares soviéticas pelos americanos que o terceiro conflito mundial esteve mais perto do que se pensava, desta vez muito mais perigoso devido às potencialidades atómicas de ambos os blocos. Contudo, tendo em conta que o líder russo optou por uma coexistência pacífica, o conflito evitou-se, após a retirada demorada das bases militares socialistas com a condição de que os EUA iriam retirar as suas bases militares da Turquia de modo a garantir que a URSS não estará num constante perigo de ser atacada pelos mísseis implantados no território turco.
Todo o modelo socialista da secunda metade do século XX estava baseado numa economia planificada que mais tarde viria a apresentar as suas falhas, que teriam sido fatais para a sua expansão.
Deste modo, nas primeiras décadas do pós-guerra, o socialismo ganhava cada vez mais poder industrial, devido ao forte desenvolvimento das industriais pesadas, factor que demonstrava o seu potencial em relação ao seu rival capitalista que estava ele também empenhado num forte desenvolvimento atómico. Contudo, a economia planificada da URSS aos poucos vinha a evidenciar as suas falhas de funcionamento, tal como por exemplo o fraco desenvolvimento da vida social, ou seja, empenhada num rápido crescimento industrial, esta marginaliza o aumento de condições favoráveis à população, factor que viria a reflectir-se na própria produção e gestão das grandes empresas que não tinham qualquer liberdade de autonomia. Mesmo quando o bloco soviético se apercebeu dos seus erros e tentou corrigi-los, este não conseguiu chegar ao nível pretendido de modo a equilibrar o desenvolvimento industrial e agrícola com o aumento das condições de vida da população, fazendo com que uma forte burocracia se manifestasse cada vez mais que por sua vez se traduzia num elevado aumento da corrupção, aumentando simultaneamente os bloqueios económicos  e levando à completa estagnação da economia. Com a total falha económica presenciada, os partidos comunistas viram-se aproximados do seu fim já nos anos '80.
Foi portanto na questão económica que o grande bloco socialista não prestou a atenção necessária de modo a garantir a sua existência como potência mundial por mais tempo e fracassando frente ao modelo capitalista que rapidamente se aproveitou do grande falhanço comunista.

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