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sábado, 19 de fevereiro de 2011

O mundo capitalista

Com o fim da Segunda Guerra Mundial, tal como já tinha referido nas publicações anteriores, surgiram no mundo duas super-potências mundiais, por um lado a URSS que se traduzia na ideologia comunista e por outro lado os EUA, ou seja, o mundo capitalista. É sobre este mundo capitalista que me irei debruçar nesta publicação.
Visto que o mundo ficou dividido entre dois blocos com ideologias diferentes que se confrontavam mutuamente através de um desenvolvimento industrial de modo a demonstrar o seu potencial bélico e industrial no geral, surge um confronto mútuo entre o capitalismo e o comunismo.
Com o fim da guerra, os EUA aplicaram uma série de reformas tanto a nível económico, com a aplicação do Plano Marshall, que permitiu a reconstrução de uma economia capitalista mesmo no território europeu, como a nível político-militar, onde foi criada uma aliança entre os ocidentais descrita no Tratado do Atlântico Norte. A aplicação deste tratado em prática deu origem à Organização do Tratado do Atlântico Norte(OTAN) que foi uma importante organização militar do pós-guerra formada pelos EUA, pelo Canadá e mais dez nações europeias. Basicamente esta organização foi criada com o fim de ser uma "arma" defensiva contra a URSS. Tendo em conta a mesma questão de segurança, os EUA criavam pontos estratégicos de modo a obter a maior segurança possível.
Contudo, ao contrario da URSS, os EUA além de apostarem em grande parte no desenvolvimento industrial, não deixaram de parte a questão socio-cultural e económica e deste modo o regime democrático deveria assegurar o bem-estar dos cidadãos e a justiça social. Após a Grande Depressão, a importância de um Estado economicamente forte evidenciava cada vez mais uma maior preocupação com as questões sociais . Surgiram simultaneamente duas correntes políticas, ambas de carácter democrático, a corrente social-democrata que tinha as suas bases no socialismo, mas que rejeita a via revolucionária proposta por Marx e a democracia cristã que se inspirava na doutrina social da Igreja e que defendia que a democracia não se devia limitar ao sufrágio universal e à alternância política, mas tem por função assegurar o bem-estar dos cidadãos. 
Mas mesmo partindo de ideologias diferentes, os sociais-democratas e os democratas-cristãos tinham como fim as reformas económicas e sociais profundas. Na Europa, os governos lançam-se num vasto programa de nacionalizações tornando-se o Estado o principal agente económico do país. Desta maneira, o sistema de impostos foi revisto, reforçou-se o carácter progressivo das taxas e a assegurou-se a redistribuição mais equitativa da riqueza nacional sob a forma de auxílios sociais. Este conjunto de medidas deu origem ao Estado-Providência, ou seja, a um Estado que não se preocupava apenas com questões meramente político-económicas mas também questões sociais e culturais.
Tal como seria de esperar, após uma maior intervenção do Estado na vida económica, foi notório um maior crescimento económico com bases mais sólidas. Foi precisamente após a guerra que o capitalismo atingiu o seu auge, tendo as produções triplicado e nalguns sectores terem-se multiplicado por dez( como no sector automóvel ou da produção energética). Esta época de plena prosperidade económica ficou conhecida como a época dos "Trinta gloriosos", trinta porque foram aproximadamente trinta anos de grande desenvolvimento económico. Portanto, nesta época de próspera actividade económica os processos que mais se destacaram relacionaram-se com: a aceleração do progresso tecnológico, o recurso ao petróleo como matéria energética por excelência, o aumento da concentração industrial e do número de multinacionais, o aumento da população activa( mão-de-obra mais qualificada), a modernização da agricultura e o crescimento do sector terciário. Consecutivamente, com o aumento da actividade económica, o aumento do poder de compra da população aumentou sem qualquer limitação. De um certo modo, as pessoas procuravam um maior conforto material, visto que tinham um bom emprego, um bom salário e boas condições no geral oferecidas pelo Estado-Providência e sucessivamente a sociedade tornava-se cada vez mais uma sociedade de consumo. Naturalmente, desenvolveram-se também as estratégias publicitárias de modo a atrair cada vez mais a população para o consumo, os bancos ofereciam cada vez mais créditos o que tornava o sistema de pagamento mais acessível aos consumidores que não se importavam com o facto de pagarem algumas taxas de juro que lhes eram impostas pelos bancos onde lhes eram dados os créditos em questão.
Desta maneira, o período pós-guerra foi um período de plena prosperidade politico-economico-social, devido ao desenvolvimento constante da economia e das condições de vida das populações com a criação do Estado-Providência. Foi principalmente neste mesmo período que após ter falhado nos anos '30, o capitalismo volta a tentar atingir o seu auge e consegue-o através do crescimento do consumismo que aumentava graças às estratégias utilizadas pelos próprios estados. Foi, contudo, nos EUA que o consumismo foi o fenómeno mais observado e que pretendia expandir-se pelo mundo fora, devido à concorrência externa da URSS, ou seja, do sistema comunista.

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